terça-feira, setembro 05, 2006
a vida pluto
[EDITADO:] esqueci-me de mencionar que utilizo o nome internacional, em inglês - Pluto -, para me referir ao planeta Plutão. Espero não ter causado nenhuma confusão :) Pluto, o patinho feio, a ovelha negra ou o elo mais fraco da manada que constituí o Sistema Solar, e não o cão da BD ou uma das bandas do Manuel Cruz, passou uma semana agitada, ora dentro, ora fora do nosso Sistema. Pluto, que já antes de nós sermos gente já vagueava as redondezas, mantendo um olhito em nós, viu-se agora despromovido à liga de Honra. Para os mais distraídos, há uma semana atrás, uns senhores que se acham superiores ao resto do mundo para terem direito a decidir sobre o que não é de ninguém, votaram a favor de uma nova definição de planeta. Esta nova definição, que os pormenores não vêm agora ao caso, excluem Pluto como um legitimo planeta dado o seu tamanho, órbita e composição. Dessa forma, Pluto, que desde que foi descoberto, em meados do século XX, é conhecido como o nono e último planeta do Sistema Solar, foi remetido para a categoria de planetas anões, ou planetas menores. E assim, de um momento para o outro, o que era conhecimento comum - os 9 planetas do Sistema Solar - passou a ser falso. Ficamos reduzidos a 8. Por outras palavras, Pluto levou um pontapé no cú após ouvir o clássico "cresce e aparece". Como verdadeira réplica do caso Mateus, há outros senhores cientistas que querem ver Pluto ao lado dos 8 manos na SuperLiga, e exigem uma rectificação na nova definição de planeta. A estes senhores podemos chamar de "Belenenses". Estes senhores ameaçam os do "Gil", afirmando que não aceitam tal definição. Quem cresceu, como certamente todos os que lêm este blog, num mundo que acreditou que Pluto era o nono e ultimo planeta, sente-se agora como se alguém lhe tivesse puxado o tapete de debaixo dos pés. O sistema solar ser composto por nove planetas é como os peixes terem guelras, as aves asas, as bicicletas pedais. É como a água ser fonte de vida e a cerveja de alegria. É como o Porto ser campeão. São coisas que tomamos por certas e inalteráveis. Agora será que deveremos esperar que o mundo em que vivemos seja cada vez mais uma certeza, ou uma incógnita? Deveremos ser casmurros e não aceitar alterações ao que é "conhecimento comum", ou abertos a que tudo o que pensamos conhecer possa vir a mudar? Isto começa a soar cada vez mais à velha história das religiões e das crenças nas histórias da carochinha!! | Pluto, the ugly duck, the black sheep or the weakest link of the herd that constitute the Solar System, and not the dog from the cartoons or one of the bands of Manuel Cruz, had a heel of a one week, inside and outside of our System. Pluto, that already before we were people wandered the roundness, keeping an eye on us, has been relegated to the second league. For the distracted ones, one week ago, some gentlemen who find themselves superiors to the remaining of the world, to have right to decide on what is of nobody, had voted in favor of a new definition of planet. This new definition, that the details do not come now to the case, excludes Pluto as one legitimate planet given its size, orbit and composition. Thus, Pluto, that since it was discovered, in middle of XX century, is known as the ninth and last planet of the Solar System, was sent for the category of dwarfed planets, or minor planets. And suddenly, from a moment to the other, what it was common knowledge - the 9 planets of the Solar System - became false. We are reduced to 8. In other words, Pluto was kicked in his royal ass after hearing the classic “grow up and show up”. Who grew, as certainly all who read this blog, in a world that believed that Pluto was ninth and last planet, felt now as if somebody had pulled the carpet of underneath his feet. The solar system being composed by nine planets is as fish have gills, the birds wings, the bicycles pedals. It is as water is a source of life and beer of joy. It is as Porto the champion. They are things that we take for certain and unalterable. Should we expect that the world where we live in will become each time more a certainty, or incognito? Should we be lazy and not accept alterations to what it is “common knowledge”, or open-minded to what everything we think to know can change? This starts to sound each time more the old history of the religions and the beliefs in ghost stories! |