quarta-feira, outubro 28, 2009
o cubo
Acompanhem-me neste exercício de imaginação! Imaginem um cubo gigante com uma prancha de salto para cima do cubo, como se uma piscina se tratasse. Este cubo está dividido em placas quadradas, umas em cima das outras, podendo cada uma movimentar-se no plano 2D em que se situa de acordo com todos os aspectos inerentes á vida e situação de cada um. Cada placa está dividida em pontos. Alguns dos pontos são buracos, dando acesso á placa que se situa por baixo, mas a maioria são trampolins, todos posicionados de uma forma aleatória em cada uma das placas. No fundo do cubo está o vazio, o nada, o fim. No decorrer da nossa vida vamos saltando da prancha para cima deste cubo, mais precisamente para cima da primeira placa, a cada opção que fazemos ou mesmo a cada minuto que passa. Se acertarmos num trampolim somos atirados de volta para a prancha. Se acertamos num buraco, atingimos uma falha e ficamos á mercê de ponto atingido na placa seguinte. Toni Kurz saltou para o cubo quando a movimentação das placas alinhava um buraco de ponta a ponta do cubo.
Etiquetas: opiniões
2 comentários:
por LSDee, Às 1:56 da manhã
Esse não deve ser um pensamento muito positivo para os momentos finais...
Não sei se se pode dizer que ele "decidiu" mesmo que não conseguia ir mais longe.. ou se teve de aceitar o facto de estar esgotado. A luta pela sobrevivência faz-nos fazer coisas que julgávamos impossíveis. Embora Toni deveria ser um jovem em boa forma, o que ele conseguiu fazer no último dia e nas condições em que estava foi um "ir para além do possível", tudo na esperança que um bom banho quente o aguardava.. o nó fez desaparecer o sonho e uma vez para além das energias possíveis, não tinha muitas mais hipóteses que o deixar a vontade de fechar os olhos passar e adormecer, vontade que tanto deve ter insistido durante a noite ao relento.
Não sei se se pode dizer que ele "decidiu" mesmo que não conseguia ir mais longe.. ou se teve de aceitar o facto de estar esgotado. A luta pela sobrevivência faz-nos fazer coisas que julgávamos impossíveis. Embora Toni deveria ser um jovem em boa forma, o que ele conseguiu fazer no último dia e nas condições em que estava foi um "ir para além do possível", tudo na esperança que um bom banho quente o aguardava.. o nó fez desaparecer o sonho e uma vez para além das energias possíveis, não tinha muitas mais hipóteses que o deixar a vontade de fechar os olhos passar e adormecer, vontade que tanto deve ter insistido durante a noite ao relento.
aposto que teria sido uma morte bem menos pesarosa para o próprio se tivesse alguém a explicar-lhe assim a sucessão de infortúnios com que ele se deparou...
Mas no fim a escolha foi dele. Foi ele que decidiu que não conseguia ir mais longe, que estava cansado de tentar. Por isso é que se me fez uma amálgama de sentimentos angustiantes na cabecinha quando li o teu post ontem... Morrermos a pensar que somos uma ultra-melhorada e super-desenvolvida bosta deve ser terrível...