segunda-feira, julho 31, 2006
dia B
O tão aguardado dia B chegou. Desculpem tão tardio post, mas estive algo ocupado. Como também estou bastante cansado, não me vou alargar nos detalhes. Aliás, vou mesmo ficar pelo mínimo. O rebento que teimava em não rebentar, nasceu hoje às 6:37 pesando 3 kg e medindo 50 cm e com a indumentária que lhe dá o título de "rapaz". "Pequenino" aos olhos dos locais, mas se virem o meu exemplo, nasci ainda mais pequeno e vê no que deu... A aparência, tema de tanto debate, é simples: saí-se ao pai :)) As fotos ficarão para mais tarde... Para tirar as dúvidas a quem me tem perguntado: "e nome, já tem?" a resposta é esta: "é tradição islandesa só revelar o nome aquando do baptizado." :) Amanhã (se me aguentar) explico tudo direitinho.. Uma boa noite! | The so expected B day has arrived. Sorry for the late post, but I've been busy.. I am also a bit tired, so I won't be detailing everything, but just keep it to the minimum. The new born boy arrived today at 6:37 weighting 3 kg and 50 cm long. "Small" to the eyes of the locals, but if you take me as an example, I was even smaller and look where I ended... The "looks", subject of so much talking, is simple: looks like his dad! :) The photos will come later. To whom have been asking me: "and name, does he have one already?" the answer is "following the Icelandic tradition, the name is only revealed at the baptism". Tomorrow, (if I hold myself awake) I'll explain it all. A good night. |
domingo, julho 30, 2006
meira (dia b - 1)
Esqueci-me de referir uma parte muito importante do concerto dos Sigur'rós. Estávamos nós já bem próximos do final, se não estou em erro eles tocavam a "Olsen Olsen", que contou com um final também bastante forte, daquele tipo de última música do concerto, com bastante confusão, bastante barulho. Aquela mensagem bem conhecida dos espectadores de que o final se aproxima. Quando esta música por fim terminou, eles pousaram as guitarras e abandonaram o palco por uns instantes. Depois veio o encore com a "Track No8", como referido no post anterior. Pois nesta altura de fim de música e saída de palco, um grupo um pouco à minha esquerda começa: "Meira, Meira, Meira, Meira, Meira... ". Eu fiquei na dúvida se teria sido "reconhecido" (ou deverei dizer "confundido") dado os jogos do mundial não terem sido há muito tempo atrás, mas por vias das dúvidas, e para que não os deixasse ficar mal, agradeci o súbito e impulsivo chamar com algumas vénias e sinal de reconhecimento. Digamos que não estou habituado a tanta atenção em locais públicos.. Depois fui "relembrado" de que "Meira" quer dizer "Mais" e que eles apenas queriam mais uma música.. Ora bolas.. já não deixam um homem sonhar.. | I forgot to mention an important part of the Sigur'rós concert. We were almost at the end of it, if I'm not mistaken they were playing "Olsen Olsen", that ended in a very strong fashion, that type of ending song for the concert, with a lot of noise and confusion. Everyone recognizes such a song as a farewell message from the band. When this song ended, the band laid down their guitars and steeped off the stage for some moments. They returned to play a single song encore, "Track No8" as I said in my last post. So exactly at that time, the end of the song and the moment until the encore, a group of people to my left stared: "Meira, Meira, Meira, Meira, Meira...". I was with doubts if somehow they had recognized me (or should I say "mistaken") since the world cup games were not so long ago, so I trying not to be rude, I thanked the unexpected and impulsive call with some smiles and waving hands. Let's assume it that I'm not used to this kind of attention in local places. Then I was "remembered" that "meira" means "more", and their were just asking for another song... Damn.. can't a man dream for once.. |
sábado, julho 29, 2006
sigur'rós
Sem surpresas e formalidades, um concerto excelente, como se estivéssemos entre amigos. Foi assim ontem, onde no meio do nada apenas o frio incomodou. Começaram com a primeira música "Track No1" do "( )", passando por todos os álbuns, infelizmente não por todas as músicas, mas por quase todas as mais importantes, e acabando quase 2h depois com a última música "Track No8" do "( )" - a que tem passado aqui na Rádio. Espero que tenham tido coragem para ouvir os quase 13 minutos.. valem a pena. Que final fantástico. Que final poderoso.. só faltou partir tudo :) Aqui ficam umas fotos.. mesmo que não sejam as melhores... Takk fyrir.. | Without surprises and politeness, an excellent concert, as we all were between friends. That's how it was yesterday, in the middle of nowhere, where only the cold was not enjoining. They started off with the first song "Track No1" from "( )", went through all the other albums, but unfortunately not all songs, but almost all the important ones, and finished almost 2h after with the last song "Track No8" of "( )" - the song that has been playing in the Radio here. Hope you have the nerve to let it run for the 13 minutes of its length.. it's worth it. What a fantastic ending. What a powerful ending.. only missing to break everything :) Here go some photos.. sorry for not being the best.. Takk fyrir.. |
sexta-feira, julho 28, 2006
sopas
Há sopas e sopas. Mais uma vez, esta terra que ainda vou descobrindo aos poucos, como se caminhasse pé-ante-pé, de nenúfar em nenúfar, me surpreendeu como uma coisa que ainda não tinha visto. Uma sopa! Fomos tomar o pequeno-almoço a uma pastelaria, embora já ser hora de almoçar. Assim sendo, fizemos o que os estranjas chamam de brunch. Sugeriram-me que experimentasse a sopa, hoje de cogumelos, mas eu joguei pelo seguro e apostei na clássica pizza. Ela pediu a sopa. Eu já tinha comido pão na sopa, mas nunca sopa no pão. Pois quando a tal sopa veio prá mesa, não vinha numa tigela, prato de sopa ou qualquer outro tareco em que normalmente se come sopa. Sim, vinha num pão! Um pão ao qual lhe foi feito uma abertura no topo e retirado parte do miolo para que a sopa de cogumelos coubesse lá dentro. Ao comer a sopa, comia-se o pão. Uma mistura normal, mas agora também natural. Com o cuidado de não escavar muito fundo na base do pão enquanto houvesse sopa lá dentro por forma a não criar uma “sopnami” na mesa. Observando as mesas ao lado percebi que esta sopa era o prato predilecto dos clientes. Havia quem se comesse apenas a sopa. Havia quem comesse a sopa e o tampo do “prato-pão”. Havia quem comesse a sopa, o tampo do “prato-pão” e ainda parte próprio “prato-pão”. Certamente haveria também que deixasse apenas a colher no fim. No porto, naqueles bons velhos tempos, fui a vários jantares ao “Rei das Sopas”. Tenho agora que admitir que naquele preciso momento em que a sopa veio prá mesa, o “Rei das Sopas” foi despromovido, directamente, sem passar pela casa da partida e sem receber os 2.000$, a “Príncipe das Sopas”. Vai uma sopa? | There are soups and soups. Once again, this land that I am still slowly discovering, as I'd walk step-by-step, from leaf to leaf, surprised me with something I had never seen before. A soup! We went to have breakfast at a bakery, although was already lunch time. Thus, we did what someone dubbed as brunch. I was suggested to go for the soup, today of mushrooms, by I played it safe and asked for the classic pizza. She asked soup. I had eaten bread in soup before, but never soup in bread. When they brought the soup to our table, it didn't come in a bowl, a soup plate or any other plate where we normally eat soup. Yes, it was in a bread! A bread that someone had opened on top and removed part of the inside so that the soup would fit. While eating the soup, you eat the bread as well. A normal thing to mix, but in this case also natural. Taking care for not dig too much the bottom while there was soup inside and cause a "soupnami" over the table. Looking around to the other tables I noticed that the soup was the choice of almost everyone. There was who only had eaten the soup. There was who had eaten the soup and the "bread-plate" top-cover. There was who had eaten the soup, the "bread-plate" top-cover and part of the "bread-plate". And certainly there would be someone who would only leave the spoon behind. Back in Porto, I went to many dinners at the "King of the Soups". I have now to admit that when this soup arrived the table, that "King of the Soups" was relegated, directly, without passing by the start and without receiving the 200$, to "Prince of Soups". Going for a soup? |
terça-feira, julho 25, 2006
entre os famosos
Aquando da transferência do Fernando Meira (jogador do Estugarda) do Vitória de Guimarães para o Benfica, e desde então, que por várias vezes, ao dar o meu nome, me perguntavam: “O jogador?”. Uma pergunta um pouco estranha.. quer dizer, estou eu numa entrevista para programador numa certa empresa e achará o meu entrevistador que, caso eu realmente fosse “o jogador”, estaria ali, a submeter-me a uma vida “normal”, quando podia dar 2 xutos numa bola e ganhar 500 mil vezes mais? Apesar de a coisa ter acalmado quando o Fernando Meira, ele e não eu, foi para o Estugarda, o mundial reavivou todo esse burburinho. Nesta nova vaga, a melhor foi a do autor do artigo sobre a selecção Nacional da revista “Flash!” que não fez o trabalho de casa direito. Como podem ver na página da revista, abaixo, o jovem de 28 anos, jogador do Estugarda, apelidado “O ALEMÃO”, é apresentado ao leitores com o meu nome completo. Lá deveria dizer “Fernando José da Silva Freitas Meira”. Agora o meu entrevistador, acima mencionado, após ler o artigo vai confirmar com meu CV e dirá: “afinal era mesmo o jogador... “, e ainda passo por mentiroso. Sorte a nossa, de todos os adeptos da selecção, que o senhor Scolari não sofreu da mesma confusão.. :) | When Fernando Meira (the Stuttgart football player) was transferred from Guimarães to Benfica, and since then, that for several times, while giving my name, I was asked: "the football player?". A somehow strange question... that is, I am in a job interview for programmer in IT company and is the man interviewing thinking that, in the case that I was really "the football player", I would be there in the edge of starting a "normal" life, when for kicking a ball twice a day I'd earn 500 thousand times more? Although the things calmed down when Fernando Meira, he, not me, when to Stuttgart, it was brought to life when the world cup started. In this new wave, the best one was from the author of the article about the Portuguese Team on the "Flash!" magazine, that did not do his homework. As you can see in the magazine's page, below, the 28 years old player from Stuttgart, nicknamed "THE GERMAN", is introduced to readers with my full name. There should say "Fernando José da Silva Freitas Meira". Now, my interviewer, above mentioned, will confirm in my CV and say: "he was really the player...", and I'll become a liar. Our luck, of all Portugal supporters, was that mister Scolari did not suffer from the same confusion... :) |
sábado, julho 22, 2006
dia B - 9
A contagem decrescente não pára. Acabaram-se os número de 2 dígitos, de agora em diante estamos reduzidos a um só dígito. E faltam apenas 6 dias para o concerto “à bórlix”, ao ar livre e sob o sol da meia-noite, dos sigur rós. Eles que iniciam uma tour de 9 concertos no seu país natal, em que o dia e o local de 7 dos concertos será apenas anunciado por afixação de cartazes no local do concerto no próprio dia. Afinal nem só nas músicas é que eles são esquisitos. Estes 9 concertos vão ser filmados para um futuro DVD da banda. Pode ser que um dia mais tarde ao apreciarem tal DVD em casa encontrem uma cara conhecida :) | The countdown is unstoppable. We are out of 2-digit numbers, so from now on we only have 1-digit. Also, there's only 6 days to a free outdoor concert, under the midnight sun, with sigur rós. They who start a 9-concert tour in their home country, where the date and local for 7 of those concerts will only be announced at the concert's place and on the concert's day. Not only when making music are these fellows weird. These 9 concerts will be record for a future DVD. Maybe one day later you'll be watching the DVD and recognize a friend's face :) |
sexta-feira, julho 21, 2006
smurfing
Smurf #1: Hey, did you have a good time last night?
Smurf #2: Smurf-tacular!
Smurf #1: Yeah, I saw you leave with Smurfette.
Smurf #2: Oh man, as soon as we got out of the bar, she started smurfing me.
Smurf #1: Shut the Smurf up!
Smurf #2: Yeah!
Smurf #1: Right in the Smurfing parking lot?
Smurf #2: Smurf-Yeah!
Smurf #1: Oh! That is freaking Smurf!
Smurf #2: Smurf-tacular!
Smurf #1: Yeah, I saw you leave with Smurfette.
Smurf #2: Oh man, as soon as we got out of the bar, she started smurfing me.
Smurf #1: Shut the Smurf up!
Smurf #2: Yeah!
Smurf #1: Right in the Smurfing parking lot?
Smurf #2: Smurf-Yeah!
Smurf #1: Oh! That is freaking Smurf!
quinta-feira, julho 20, 2006
sarawise
Tenho de expressar o meu agrado pelo o que o senhor Saramago escreve. É como comer um delicioso gelado e saborear cada lambidela. Sim lambidela. Uma dentada seria um desperdício, uma forma exagerada de ingerir tamanha satisfação. E digo isto quando ainda apenas li 2,2 livros dele. Talvez seja um pouco precipitado. Talvez não. Como leitura obrigatória, li o Memorial do Convento. Como todas as leituras obrigatórias, não se lhes presta a devida atenção. Embora sendo o meu um desses casos, foi um livro que li durante o tempo requerido e gostei. Um pouco ao contrário da maioria dos meus colegas. Embora lhe tenha tomado o gosto, não voltei a ler mais nenhum livro dele. Até ao último natal onde fui ofertado com o mais recente As Intermitências da Morte. Mais uma obra genial. Onde é que aquele homem vai encontrar ideias tão brilhantes e ao mesmo tempo tão simples. E aquela maneira de escrever, com frases longas e diálogos inseridos nos próprios parágrafos, obrigando o leitor a uma concentração redobrada. Os personagens (geralmente) não têm nomes e são apontados pelas suas características. Um comentário aqui e outro ali do próprio autor como que se criticando o enredo que criou. Simplesmente de um autor que não se deixa levar pelo comum e desafia as regras da escrita. Agora lancei-me na Cegueira, mas desta feita em versão inglesa, Blindness. O facto de ser em inglês não perde em nada todos os caprixos de ler Saramago. Se ainda não experimentaram, não sei do que é que estão à espera!! | I have to express my affability by what mister Saramago writes. It is like eating a delicious ice cream and enjoy every lick. Yes, lick! A bite would be a waste, an exaggerated way of ingesting so big satisfaction. And I say this when I have only read 2,2 books from him. Maybe a bit precipitated. Maybe not. As a mandatory reading in high school, I read the Baltazar and Blimunda. As all mandatory readings, we don't really "read" them... but this time was different. I read the book in the time we were supposed to. A first time ever in high school. And I must say, I liked it. Almost all my colleagues didn't. Even though I enjoyed that first book, I never read any other again. Until last X-mas when I was offered his last book As Intermitências da Morte (not yet published in English). Another masterpiece. Where is that man getting all those amazing, and at the same time simple, ideas. And his way of writing, with very long sentences and dialogs inside paragraphs, making the reader twice focused to follow tho story. The characters (most of the times) do not have proper nouns and they are referred based on they characteristics. Then a comment here and there from the author himself, criticising his own story. Only from an author that flees from common and challenges the rules of writing. I have just threw myself in another book of him, this time in english, Blindness. The fact of being in english does not affect all that is special when reading Saramago. If you haven't tried yet, I honestly don't know what are you waiting for!! |
A good idea, let's try, and everyone was agreed, only the girl with dark glasses expressed no opinion about this question of finding a spade or shovel, the only sounds comming from her meanwhile were tears and wailing, It was my fault, she sobbed, and it was true, no one could deny it, but it is also true, if this brings her any consolation, that if, before every action, we were to begin by weighing up the consequences, thinking about them in earnest, first the immediate consequences, then the probable, then the possible, then the imaginable ones, we should never move beyond the point where our first thought brought us to a halt.
José Saramago in Blindness
segunda-feira, julho 17, 2006
talento
Pergunto-me de onde virá o talento. Será que vem “embutido” no nosso código genético? Um clássico caso de filho de peixe sabe nadar? Será consequência de uma intervenção divina, uma qualquer luz enfeitiçada que caí sobre a nossa cabeça, ou mesmo de uma queda desamparada enquanto chavalos irresponsáveis? Ou será apenas prática? Enquanto matutam nisso, deixo-vos uma foto tirada por quem eu pensava nem sequer saber o que uma câmara fotográfica era... | I ask myself from where talent comes from. Does it come "inlaid" in our genetic code? A classic case of son of fish knows how to swim? Is it consequence of a divine intervention, some bewitched light that falls over our head, or even an abandoned fall while young and irresponsible? Or is just practice? While you babble over this, I let you a photo that was taken by someone I did not know that knew what a photographic camera was for... |
foto de Carolina Meira
sábado, julho 15, 2006
dia B - 16
Avançamos rumo ao desconhecido! A rota está marcada e o destino traçado, mas dá impressão que vamos de olhos vendados. Algumas das preparações necessárias já foram tratadas. Ontem foi dia de comprar alguns elementos que ainda faltavam na indumentária requerida para o dia B. Entre eles a cadeirinha para automóvel, o primeiro par de chupetas e o primeiro pacote de fraldas tamanho néné - não vá chegar apertadinho para ir à casa de banho. Como o que constantemente ainda mexe lá dentro é uma verdadeira incógnita, à nossa atiram-se palpites. Se o dia B ocorrerá antes do previsto ou depois, com a principal curiosidade a recair sobre o aspecto final da obra. Dada a diferença óbvia entre pais, há quem se deixe levar por estatísticas e informações baseadas na árvore genealógica de cada um de nós, para dessa forma acreditar que os olhos serão escuros e o cabelo será claro. Ou vice-versa. A velha disputa do sexo, deixa todos convictos que estarão certos. Eu espero para ver.. | B day - 16 We move towards the unknown! The route is set but looks like we are blindfolded. Some of the preparations were taken care. Yesterday was day to buy some of the remaining items missing in the "what you need for day B" catalog. Between them the car-seat, the first pair teethers (I guess the name of that stuff to suck is not exactly this) and the first pack of diapers, size little - just in case if (s)he arrives in a hurry for using a toilet! And as what constantly moves inside is a true mistery, people around us throw guesses. If B day will be before or after the expected, but mainly regarding the curiosity about the "looks". Given the obvious difference between parents, people bring the statistic books and all info about the genealogical trees of both families to, in that way believe that the eyes will be dark and the hair light. Or vice-verse. The old fight of the sex, letting everyone sure of their guesses. I'll wait to see.. |
quinta-feira, julho 13, 2006
se eu fosse isto e aquilo fazia assim e assado
Regressando ao passado épico do encontro de 3º grau com a ciganada, venho agora comentar os comentários proferidos no rescaldo do dia seguinte. Tanto o empregado agredido como o patrão da casa ficaram com a ideia, e certa, que amigos de copos têm muitos, mas amigos para horas de aperto, pelo menos no tasco à altura do sucedido, já não têm tantos como à partida imaginariam. Um outro comentário, vindo de um dona que por acaso celebrava o seu aniversário na altura em que o terror invadiu a sua festinha privada, foi: ”Eu vi bem o que temos aqui.. um bando de cobardes é o que é!! Se eu fosse homem tinha logo dado dois estabefes nos ciganos...”. O que é que se pode dizer? Pois claro que tinha dado 2 estabefes. Até 3 ou 4. Há um certo dito que serviria bem de resposta: “Se a minha avó tivesse t*#$%&s era o meu avô!”. Tal e qual! Isto de dizer que se eu fosse isto e aquilo fazia assim e assado é muito bonito. Pois se eu fosse o super-homem também tinha tratado do assunto, mas como sou uma pessoa que sabe que se eu me meter ao barulho, estou por minha conta e ninguém vai lá arriscar o pescoço por mim. Com ciganada daquele calibre que é bem capaz de andar com uma arma no bolso ou no carro, é natural que se fique de pé atrás e de se só tomar uma atitude caso a situação não dê para outra escolha. Isto para não dizer que ficaria marcadinho para uma eventual espera numa outra noite para um acerto de contas. Ao fim e ao cabo, os agentes da autoridade que são pagos para manter a ordem em situações daquele tipo não se foram lá meter e foi a miséria que se viu. Assim, como é que qualquer pessoa não pensa nas consequências antes de ir ajudar o amigo? Ou será preciso referir que já houve quem fosse morto a tiro em situações idênticas naquela mesma terra e que os ciganos apresentam uma já longa lista de actos criminais? | if I was this and that would do like this and that Returning to the past epic encounter of the third degree with the gypsies, I do now comment the comments said in the aftermatch. Both employee, target of the first two fights, as bar owner got the idea, and right, that friends for drinking they have many, but friends for when bad things strike, they don't have as much as they thought. Another comment, from a miss that was celebrating her birthday when the terror invaded her private party, was: "I saw well what we have here... a bunch of cowards, that's what it is!! If I was a man I would have strike back with 2 slaps in the gypsies..". What can one say? Of course she could have slapped them twice. Even three or four times! There an expression that can be used as a reply to this comment: "If my grandmother had b@#&s she was my grandfather!". Exactly! This thing of saying that if I was this and that would do like this and that is very pretty. That is, if I was superman I'd also have taken care of that, but since I'm a person that knows if I get in the trouble, I'm there by myself and no one will risk his neck to help me. gypsies of this "type" are very well known to carry weapons, so it's natural to say out of the mess and only take a step in a case that has leaves no other choice. Of course that after that one would be sure to a few nights after have them waiting for a re-match. After all, the police that is paid to keep control in this type of situations did not interfere in the fights... Thus, how can one not think about the consequences before helping this friend? Or do I have to clarify that people have been killed before on similar events in that same town and that those gypsies hold a long list of criminal acts? |
terça-feira, julho 11, 2006
segada
E lá vem os 2 mesitos de festa non-stop pelas terras esquecidas do nordeste. Se querem passar um verão diferente, deixem-se de praias e cidades e aventurem-se na verdadeira braseira transmontana. O último fim-de-semana contou com a festa em honra da S. Ana. Embora a minha impossibilidade de estar presente, imagino ter sido uma grande festa, não fosse comité organizador uma malta levada da breca. Os meus sinceros parabéns a todos eles. Devo dizer que fui aliciado por um dos membros (ou talvez até mais que um) a comprar o bilhete premiado, a sortear num dia destes, mas não cheguei a por mão no dito bilhete ou caderneta. Como é? Sempre ganhei a moto-4? Quando passo a buscá-la? Enquanto resolvo este problema logístico, deixo-vos mais uma recomendação festiva, desta feita na aldeia de Bruçó, para o grande Dia da Segada. O cartaz alusivo à festa encontra-se no lado direito e chegou-me via spam. Parece-me que terei de dar uma palavrinha com as autoridades em relação a este abuso da Junta de Freguesia respectiva :) E como não são ciganos, é certo que levam por tabela dos senhores agentes. E já agora, estarei certo ao pensar que alguns dos meus leitores ficarão um pouco às aranhas com o nome deste dia? |
domingo, julho 09, 2006
teorias futebolísticas
Qualquer adepto de uma selecção agarra-se a uma certa ideia que assume como sendo a razão pela qual vai levar a sua equipa ao pódio. Não sendo eu excepção, a meio deste mundial pensei que ainda iríamos ser campeões graças a uma singela “continuidade” da cor da camisola adversária. Que tontinho sou... A razão é simples. Vi todos os jogos e nenhum me convenceu que éramos equipa que merecesse ser campeã do mundo da modalidade. Não que eu fosse contra a ideia mesmo que achando que não seria justo!! O certo é que lá fomos, jogo após jogo, umas vezes melhor outras vezes muito à rasca, seguindo em frente até às meias-finais, onde fomos derrotados por uma equipa que não mereceu ganhar. Ironia do destino diria alguém. Assim, como a performance do “team” não convencia, depositei as minhas esperanças num factor de nível psicológico. Primeiramente a cor da camisola. Se repararam, Angola jogou com o 2º equipamento, de cor branca. O Irão joga de branco. E as restantes equipas, tendo jogado com o 1º ou 2º equipamento, jogaram sempre de branco contra nós. Associado a isto estava o factor “vingança”. Quase todas as equipas se queriam vingar de nós por termos ganho o último jogo ou as termos expulso do último mundial/europeu/campeonato da esquina. Esta teoria funcionou bem até ao jogo com a França. O jogo que menos desejaria perder, não por ser a meia-final, mas sim por ser contra les avecs. Eles jogaram de branco mas éramos nós que estávamos sedentos de vingança. O presságio virou realidade e fomos arremessados para um jogo de “vencidos”. Da próxima, o mister Scolari pode usar esta teoria para marcar os bilhetes de regresso. Agora um pouco mais a sério, fica aqui o meu apresso pela boa jornada que a selecção das quinas fez. Um 4º lugar é a meu ver uma boa prestação. Para não esquecer da representação da família com a camisola número 5. :) | Any supporter of a national team holds his hopes on any idea to believe he'll be champion. Since I'm not an exception, though out this world cup I thought we (portugal) would be champions thanks to the same color used by the other teams. How silly can I be.. But the reason is simple. I saw all the games and none gave me the trust to believe in that result based only in football. But we did go on, game after game, sometimes better sometimes suffering, all the way to the semi-finals, where we were thrown out by a team that did not deserve to win. Irony of our fate someone could say. Thus, as the performance of the team did not convince me, I laid down all my hopes in a psychological factor. Firstly the color of the shirt. If you noticed, Angola wore the secondary kit, white. Iran plays in white. And all the other teams, using the primary or secondary kit, all played in white against us. Together was the factor "revenge". Almost all teams wanted to revenge a last game defeat or for being thrown out of the world/european/corner cup by us. This theory worked well until the game with France. That was the game I less wanted to loose. Not because it was the semi-final, but because it was against les avecs. They played in white, but it was Portugal that wanted to revenge the elimination of a european cup sometime ago... The omen turned true and we were thrown to a "losers" game. Next time, mister Scolari can use this theory to book the return tickets in advance. Now a bit more serious, here stays my congrats for the journey that the team of the "quinas" did. A 4th place is a good place. Without forgetting the representation of the family by the t-shirt number 5. :) |
quinta-feira, julho 06, 2006
viva as autoridades
Durante a semana que passou tentei escrevinhar umas coisas para por aqui, mas nenhum acontecimento marcante aconteceu no tema que tentava tocar. Isto até ontem à noite. Depois de ver a bola, mudei-me para o tasco que habitualmente frequento. Tudo muito calmo, não tivesse a nossa selecção perdido com os avecs. Para mudar a calmaria, já nos preparávamos para uma jogatina de dados, mas uma clientela inesperada não o permitiu. Sem intenções racistas, apenas para diferenciar os personagens, esta clientela era um grupo de 5 ciganos. Sentaram-se na esplanada e pediram, recusando-se a pagar a conta que já era devida de noites anteriores. Dali mudaram-se para dentro do café. A certo ponto, o dono do tasco recusou servir mais bebidas a este grupo. Como bons membros da sociedade que são, acharam-se no direito de continuar a beber sem pagar e mostraram-no bem ao atirar com um cinzeiro ao empregado (um puto com uns 20 anos que estava apenas a cumprir as ordens do patrão) que com um bom reflexo se conseguiu desviar. O irmão, tio, sobrinho, primo deste, seja lá o que lhe era, foi em socorro ao falhanço do cinzeiro e entrou dentro do balcão e começou a agrediu o empregado. A ele juntou-se outro. Com alguma ajuda do resto dos clientes, lá os separam, para se voltarem a pegar no outro lado do tasco, onde mais se juntaram na tentativa de proteger o puto, mas aumentando a confusão. O terceiro round teve início na rua, à porta do tasco, já na presença de dois agentes da autoridade que tinham sido chamados para controlar a situação. Convém referir que estes dois agentes chegaram de peito feito e cumprimentaram com aperto de mão o grupo de ciganos – certamente estaria tudo entre amigos (ai não.. ainda sobrava para eles..). Esta terceira investida foi contra um dos que tentava por mão na situação no round anterior (pois o empregado do tasco já tinha sido “evacuado”). Os dois agentes nada conseguiram fazer. Aliás, muito pouco fizeram para travar a fúria dos ciganos. Um grupo de pessoas envolvidas numa luta de rua que contou com mais cinzeiro a voar e acabou com o pobre moço, que uns momentos antes estava descançadinho a tomar café, a necessitar de cuidados médicos, na presença de agentes sem estes tomarem uma atitude séria para impedir o desenrolar do acontecimento, é uma visão algo impressionante. Mais uma vez a briga foi parada com ajuda das pessoas que ali estavam e não pelas autoridades. Neste ponto chega mais um carro da polícia, e dentro dele saem mais 2 guardas. Com 4 agentes presentes no local, o principal autor dos desacatos ameaça todos os presentes da seguinte maneira: “Eu mato-vos a todos, sois 30 ou 40, tanto me dá, mato-vos a todos!”. Ao qual um agente respondeu: “Deixa lá isso.. tem calma!”. Com uma resposta destas senti-me logo seguro e pensei para mim: “Ah bom.. se não fosse este agente a dominar a situação tava tudo perdido..”. Com os ânimos um pouco mais calmos, o grupo de ciganos foi aconselhado a ir para casa. Um dos agentes teve ainda o descaramento de lhes pedir por favor para se dirigirem a casa e os cumprimentar com mais um aperto de mão. Neste momento, tava tudo de boca aberta perante tal acção. Uma grande salva de palmas era o que os agentes da autoridade tinham merecido. Uma verdadeira vergonha era o que deviam ter por tal atitude em frente a todos os que ali estavam. Quando lhes perguntamos por que razões os deixavam ir sem os apreender depois de tudo o que tinha feito, responderam que eles estavam identificados e que agora era preciso apresentar queixa. A meu ver, se o dono do tasco apresenta queixa deixará de ter tasco muito em breve, e os alvos das lutas mais cedo ou mais tarde ver-se-ão em apuros. Se qualquer um de nós tivesse causado esta cena de filme, teria sido logo apreendido e estaria a responder perante um juiz. Como não era um de nós, mas sim deles, que pelos vistos não se regem pelas mesmas leis da sociedade, podem continuar como se nada tivesse acontecido. Isto não foi a primeira vez, certamente não será a última. Até quando vamos permitir isto? E principalmente, até que ponto podemos confiar nos agentes da autoridade, que viram sempre os olhos quando se trata com esta gente, para “nos” proteger? Depois do que vi, estou certo que nada vai mudar se tiver que se tratar com a polícia local. Que verdadeira vergonha... muito mal e muito feio!! |